O Tribunal de Justiça do Estado do Espírito Santo (TJES) é uma instituição crucial para a sociedade capixaba, com a missão de assegurar que todos os conflitos sejam resolvidos de forma adequada.
No entanto, o dia a dia do tribunal era marcado por um desafio crônico que afeta todo o Judiciário brasileiro: um volume massivo de processos judiciais. Juízes e servidores passavam incontáveis horas em tarefas repetitivas e burocráticas, como transcrever áudios de audiências e redigir sentenças para casos idênticos.
Isso resultava em atrasos, esgotamento da equipe e minava a confiança do público na eficiência do sistema de justiça.
A pressão por resultados era constante, intensificada pelas metas anuais do Conselho Nacional de Justiça (CNJ). O TJES sabia que, para superar a sobrecarga de trabalho e se posicionar como um judiciário moderno, precisava de uma mudança de paradigma. A solução não estava em contratar mais pessoas, mas em usar a tecnologia de forma estratégica.
O desafio
O problema da lentidão se refletia em dados alarmantes. A transcrição de uma única audiência, por exemplo, podia levar um dia inteiro de trabalho de um membro da equipe, enquanto o tempo médio para um caso legal prosseguir era de cinco anos.
Essa ineficiência gerava custos operacionais, desperdiçava o tempo da equipe e, mais gravemente, aumentava a frustração entre advogados e cidadãos que buscavam uma resolução rápida.
A falta de um sistema robusto também dificultava a padronização das decisões e a busca por precedentes, comprometendo a segurança jurídica. A instituição estava presa em um ciclo vicioso de trabalho manual e improdutivo, enquanto a demanda por justiça continuava a crescer.
Resolver essa situação tornou-se uma prioridade máxima para o TJES.
A solução
Nesse cenário, o TJES buscou uma parceria que oferecesse não apenas tecnologia, mas também expertise e um profundo entendimento do contexto jurídico. A escolha da Xertica.ai foi estratégica.
A empresa desenvolve soluções baseadas em IA sobre tecnologia Google Cloud e oferece uma série de microsserviços (aceleradores), que juntos solucionam dores específicas do ecossistema judiciário.
O que mais atraiu a equipe foi a capacidade da solução de se integrar nativamente e com segurança aos sistemas já existentes do tribunal, a segurança de dados e a especialização na linguagem jurídica.
A abordagem da Xertica foi além de simplesmente vender uma ferramenta. Seu envolvimento incluiu um suporte abrangente, começando com um Produto Mínimo Viável (MVP) focado no gargalo da transcrição de audiências.
O objetivo era claro: provar a eficácia da solução antes de expandir. A equipe da Xertica, em total alinhamento com o TJES, demonstrou flexibilidade e colaboração para integrar a solução à plataforma do Conselho Nacional de Justiça, criando um módulo que se conectou perfeitamente aos sistemas do tribunal.
O impacto
A implementação da IA gerou resultados imediatos e surpreendentes, provando o poder da tecnologia quando aplicada de forma estratégica.
A transcrição de uma audiência de uma hora, que antes levava um dia inteiro de trabalho, agora era concluída em menos de 10 minutos.
O tempo para redigir sentenças em casos repetitivos foi reduzido em 70%, liberando os juízes para se concentrarem em análises mais complexas.
Além dos ganhos quantitativos, a solução da Xertica e do Google Cloud trouxe benefícios qualitativos inestimáveis. A precisão da análise de precedentes legais garantiu uma maior consistência nas decisões, fortalecendo a segurança jurídica.
O feedback da equipe foi de alívio e entusiasmo. “A automação de tarefas repetitivas fez com que juízes e servidores se sentissem mais valorizados, permitindo que se concentrassem no trabalho intelectual e estratégico que é a essência da atividade judicial”, diz o desembargador Samuel Meira Brasil Junior, presidente do TJES . “A moral da equipe melhorou e a confiança na instituição foi renovada”.
Para o TJES, a parceria com a Xertica foi um ponto de virada. De um judiciário sobrecarregado e lento, o tribunal se transformou em uma instituição moderna e proativa, mais próxima do público.
“A IA não foi um substituto, mas um parceiro que aprimorou o trabalho humano, preparando o TJES para os desafios futuros e reafirmando seu compromisso com um sistema de justiça mais rápido e acessível para todos”, conclui Meira Júnior.